Poesias

Painas ao Vento

Não provarás da Esperança –
esta tediosa espera
entre a sombra e o nada –
se agora cumprires os desejos
ainda sobreviventes nos intervalos.

É da agonia de um desejo,
de seu fruído gozo
e rebentados corpos
que nasce outro
e mais faminto desejo.

Assim perceberás que estás vivo,
vivo como um descuido, como um acaso
nos interstícios do tempo, sangue e ossos –
e quando a palavra se cala nas esperas
é que irrompe a morte, a derradeira
paixão, levar-te para dentro, para o grão
que espera aninhado na faina voar
para outro lugar e outro desejo, outra vida.


27/07/2010

 

 

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